Perda de peso não intencional

 

DESFECHO: Perda de peso não intencional

TÍTULO DO ARTIGO: Unintentional Weight Loss in Older Adults

Objetivos

Revisar as evidências sobre fatores de risco, diagnóstico diferencial, prognóstico, investigação e tratamento da perda de peso não intencional na população idosa.

Justificativa

Como a perda de peso não intencional é uma condição inespecífica e não existiam diretrizes publicadas para avaliação e tratamento, o artigo buscou determinar as melhores práticas.

Metodologia

Revisão da literatura utilizando as bases de dados  PubMed, Essential Evidence Plus, a Agency for Healthcare Research and Quality Evidence Reports, Clinical Evidence, Google Scholar e Cochrane database. Datas de busca:  janeiro de 2012 e março de 2014.

Resultados

As consequências clínicas identificadas a partir da perda de peso não intencional são declínio funcional, infecções, úlceras de decúbito, exacerbação de distúrbios cognitivos e de humor e aumento de institucionalização. Os fatores associados à condição são fatores fisiológicos (problemas relacionados à doenças; internação recente no hospital; surto de doença crônica; demência ou confusão; constipação; úlceras de pressão; dor diária; problemas relacionados à medicação; problemas funcionais; mobilidade comprometida; quedas; problemas relacionados à ingestão; problemas de alimentação, mastigação ou deglutição; saúde bucal ruim; apetite reduzido; ingestão de alimentos baixa ou reduzida), fatores psicológicos (depressão; luto) e fatores sociais (redução da atividade social; baixa renda) A anamnese deve ser realizada através da história clínica, exame físico, triagem de possíveis fatores de risco e avaliação de medicamentos em uso. O tratamento deve ser individualizado, com foco em fatores de risco encontrados na história, exame físico e outras investigações. As melhores práticas encontradas na literatura são as intervenções nutricionais combinadas a prática regular de  exercício físico.

Conclusão

A perda de peso não intencional em pessoas com mais de 65 anos está associada ao aumento da morbidade e mortalidade. As etiologias mais comuns são malignidade, doença gastrointestinal não maligna e condições psiquiátricas. No geral, doenças não malignas são causas mais comuns de perda de peso não intencional nesta população do que malignidade. O uso de medicamentos e a polifarmácia podem interferir no paladar ou causar náuseas e não devem ser negligenciados. Fatores sociais podem contribuir para a perda de peso não intencional. Uma causa prontamente identificável não é encontrada em 16% a 28% dos casos. Os exames recomendados incluem hemograma completo, painel metabólico básico, testes de função hepática, testes de função da tireóide, níveis de proteína C reativa, velocidade de hemossedimentação, medição de glicose, medição de lactato desidrogenase,e urinálise. Radiografia de tórax e exames de sangue oculto nas fezes devem ser realizados. Ultrassonografia abdominal

também pode ser considerado. O tratamento se concentra na causa subjacente. Suplementos nutricionais e intensificadores de sabor e modificação da dieta que leve em consideração as preferências do paciente e as deficiências de mastigação ou deglutição podem ser considerados.

Considerações a respeito da associação com os objetivos do projeto DGeroBrasil

 O artigo apresenta o conceito de perda de peso não intencional, um dos desfechos da Avaliação Multidimensional da Pessoa Idosa. Além disso, discute sobre como identificar e tratar este desfecho.

 

Referência do artigo

GADDEY, H.L.; HOLDER, K.K. Unintentional weight loss in older adults. American family physician, v. 89, n. 9, p. 718-722, 2014. Disponível em: https://www.aafp.org/afp/2014/0501/p718.html#:~:text=Unintentional%20weight%20loss%20in%20persons,gastrointestinal%20disease%2C%20and%20psychiatric%20conditions.

 

DESFECHO: Perda de peso não intencional

TÍTULO DO ARTIGO: Condições de saúde e mudança de peso de idosos em dez anos do Estudo SABE

Objetivos

Analisar a relação das condições de saúde com a mudança de peso entre idosos em um período de dez anos em São Paulo/SP.

Justificativa

Pouco se sabe do perfil de saúde dos idosos residentes em países em desenvolvimento que tiveram alteração no seu peso corporal. O conhecimento desse panorama poderá auxiliar decisores em saúde na implementação de medidas protetivas.

Metodologia

Estudo longitudinal de base populacional. Estudo SABE (2000, 2006, 2010). A mudança de peso foi avaliada pelo Índice de Massa Corporal (IMC). Considerou-se diferença do IMC mais atual em relação ao IMC do baseline foi superior a 5%

Resultados

Perderam peso 34,0% (2006) e 12,5% (2010); e ganharam peso 18,2% (2006) e 39,9% (2010). As internações e o maior número de doenças crônicas associaram-se à diminuição do peso corporal. Alterações fisiológicas que promovem estresse catabólico ou inflamatório e maior gasto energético, como nas doenças pulmonares, podem acarretar perda de peso não intencional. Fragilidade, aumento da carga de doenças e mortalidade são algumas das muitas consequências da perda de peso significativa entre idosos.

Conclusão

 Mudanças de peso estão relacionadas a um pior estado de saúde entre idosos.

Considerações a respeito da associação com os objetivos do projeto DGeroBrasil

O artigo apresenta a relação das condições de saúde com a perda de peso não intencional, importante desfecho da Avaliação Multidimensional da Pessoa Idosa, em uma amostra representativa da população brasileira. O conhecimento desse cenário pode auxiliar a tomada de decisão de medidas em saúde, especialmente as protetivas. 

Referência do artigo

ARAUJO, T. A. DE et al. Condições de saúde e mudança de peso de idosos em dez anos do Estudo SABE. Epidemiologia e serviços de saúde: Revista do Sistema Único de Saúde do Brasil, v. 29, n. 4, p. e2020102, 2020. Disponível em: http://scielo.iec.gov.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-49742020000400024