Sobrecarga de cuidadores de idosos é tema de pesquisa
O Programa de Pós-Graduação em Gerontologia (PPGGero) da UFSCar está recrutando voluntários para estudo que vai analisar a relação entre empatia, atitude implícita e sobrecarga de cuidadores de idosos, formais ou informais. A pesquisa é realizada pelo mestrando Madson Maximiano e pela graduanda Amanda Moura, sob orientação de Marcos Hortes Nisihara Chagas, docente do Departamento de Gerontologia (DGero) da Instituição.
A empatia se refere à capacidade do indivíduo de se colocar no lugar do outro e de compreender suas emoções. As atitudes implícitas são aquelas tomadas inconscientemente, baseadas em sentimentos, emoções ou crenças do sujeito. O estudo pretende relacionar esses dois fatores à sobrecarga, física e psicológica, que os cuidadores de idosos enfrentam no dia a dia.
O pesquisador lembra que o número de idosos tem aumentado e, consequentemente, cresce também a ocorrência de patologias que levam esse público a depender de um cuidador - formal, quando é um profissional que realiza o trabalho, ou informal, quando o cuidador é, normalmente, um familiar. "O cuidador tem um papel importante no que concerne à qualidade de vida dos idosos. No entanto, a prática diária de cuidar tem consequências como a sobrecarga, que causa prejuízos físicos e psicológicos", aponta Maximiano.
Segundo o mestrando, a pesquisa é pioneira ao analisar a relação entre a sobrecarga dos cuidadores com fatores como empatia e atitude implícita. "Os estudos realizados mostram que a sobrecarga enfrentada por cuidadores formais e informais está relacionada, geralmente, ao tipo de patologia que acomete o idoso que está sendo cuidado e ao seu grau de dependência, mas a relação entre sobrecarga, empatia e atitude implícita ainda não foi estudada nesse público", destaca.
"A empatia possibilita melhores relações sociais e acreditamos que a falta dela pode trazer prejuízo aos indivíduos, como, no caso do cuidador, a sobrecarga psicológica", explica o pesquisador. No que se refere às atitudes implícitas, ele esclarece que as preferências do cuidador, quando não são levadas em conta, podem contribuir com a sobrecarga. "Por exemplo: se o indivíduo trabalha com um público que não é do seu interesse, pela simples necessidade [cuidador formal], ou de forma obrigatória [cuidador informal], isso também pode acarretar grande sobrecarga. Por esses motivos, a análise dessas variáveis no contexto do cuidador é crucial", afirma.